terça-feira, 14 de junho de 2011

Indícios de (Des)Motivação Estudantil

A perda do rumo e de ânimo é-nos endógeno (inerente ao ser humano). Tal facto, pode ser observável nos alunos com necessidades educativas especiais quando o Docente de Educação Especial faz um trabalho desalinhado com os propósitos, as expectativas e as limitações de cada aluno. As suas tarefas não são sinergéticas com os objectivos que eles determinaram para si próprios e, consequentemente, não vêem sentido no que fazem e o interesse/empenho desfalece.



A falta de reconhecimento pelos feitos é-nos exógena (exterior ao ser humano) e fundamental para os nossos educandos que funcionam com este tipo de combustível que os impele a novas direcções e realizações, com empenho e satisfação extra. Este reconhecimento pode estar personificado num gesto ou numa atitude; num sorriso, abraço fraterno, elogio, recompensa, ausência de punição, delegação de actividades e responsabilidades.

O problema não ganha vida nos alunos “problemáticos”. O problema é a atitude da comunidade educativa em relação a estes alunos: ser resiliente não é necessário, mas urgente! O Docente de Educação Especial tem que ser como os fungos e as bactérias, que vão criando resistências pelos organismos vivos por que vão passando. Ele tem que resistir, flexivelmente, à adversidade, utilizando-a para o seu próprio desenvolvimento pessoal, profissional e social, bem como do grupo no qual está inserido.

Precisamos de enfrentar os problemas (resolvê-los) para não sermos destruídos por eles. Os problemas só crescem se forem alimentados em vez de aniquilados. Sou da opinião de que os problemas nunca serão bem-vindos, mas são necessários para o desenvolvimento da maturidade psicológica, de tarefa e familiar de qualquer Docente, enquanto pessoa, profissional (e parte integrante da organização) e com um papel no lar.

Nós, Docentes de Educação Especial, temos que nos influenciar para influenciarmos os outros, no sentido em que temos que pensar nos alunos que temos (com os seus reais problemas e dificuldades), em vez daqueles que gostaríamos de ter (com bons resultados, bom nível de compreensão/interpretação e conduta exemplar). Viver num mundo utópico não nos faz felizes, nem aos outros! A felicidade não se alcança quando ansiamos além das metas máximas tangíveis. Se nos enfocarmos nas realidades que temos à nossa frente, em vez de desejarmos uma outra que poderá nunca existir, obtemos mais e melhores resultados.

7º artigo de opinião semanal de Olga Narciso Vasconcelos

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